Giacomo di Benincasa, seu pai, era um tintureiro bem estabelecido, como a Providência divina tinha desígnios especiais sobre ela, desde cedo Catarina foi cumulada de favores celestes, privando com Anjos e Santos. Aos sete anos, fez voto de virgindade; aos 16, cortou sua longa cabeleira para evitar um casamento; e aos 18, recebeu o hábito das Irmãs da Penitência de São Domingos. Vivia, já aos 20 anos, só de pão e água. Foi agraciada com favores sobrenaturais, como o dirigia um número enorme de discípulos, entre os quais se encontrava gente do clero, da nobreza e do povo mais miúdo. Um deles, o bem-aventurado Raimundo de Cápua, seu confessor, foi também seu primeiro biógrafo. É dele que sabemos pormenores dessa impressionante vida.
“Que prevalecia ainda em meio da contínua perseguição à qual ela foi sujeita, mesmo da parte dos frades de sua própria Ordem e de suas irmãs em religião”. Lições com S. João e o Doutor AngélicoCatarina amava apaixonadamente a Igreja Católica e sofria vendo seus males. Suas obras externas consistiam, numa fase inicial de sua atividade apostólica, até então em assistir os pobres e doentes e dirigir seus discípulos. Mas era chegada a hora de ela também, a exemplo do Divino Mestre, começar sua vida pública. Para isso, recebeu ordem formal de Nosso Senhor, que lhe prometeu sustentá-la com sua graça. Que ela nada temesse.
“Sem nenhuma experiência política, coloca-se em face dos mais altos poderes de seu tempo. E não roga; exige, manda: `Desejo e quero que façais desta maneira [...] Minha alma deseja que sejais assim [...] É a vontade de Deus e meu desejo [...] Fazei a vontade de Deus e a minha [...] Quero’. Assim falava à rainha de Nápoles, ao rei da França, ao tirano de Milão, aos bispos e ao Pontífice [...] Em seu semblante há algo que intimida e seduz ao mesmo tempo”. Florença revoltara-se contra a Santa Sé; e mais de 60 cidades dos Estados Pontifícios juntaram-se a ela. O Papa lançou um interdito sobre essas localidades. Revoltas se seguiram.
Espírito de cruzada ansiava ela pela pacificação da Cristandade para que, unidos, os cristãos se dispusessem a seguir em uma cruzada para libertar os Santos Lugares. “Dois grandes pensamentos agitavam a alma de Catarina: a pacificação da Igreja, sua mãe querida, pela qual ela se sentia devorada de zelo e amor; depois, esse pensamento tão fecundo na Idade Média — a guerra santa das Cruzadas [...] Ela via essa cruzada, objeto de seus votos, recuar para bem longe ainda pelas discórdias que separavam os povos cristãos. Foi talvez essa dor que consumiu sua vida”.
Ao Rei de França, censurou por guerrear contra cristãos e não empenhar-se na cruzada: “Eu peço-vos que sejais mais diligente para impedir tanto mal e para ativar tanto bem, como é a recuperação da Terra Santa e daquelas almas infelizes que não participam do Sangue do Filho de Deus. Desta coisa vos deveríeis envergonhar, vós e os outros senhores cristãos; porque é uma grande confusão diante dos homens, e abominação diante de Deus, fazer a guerra contra os irmãos e deixar os inimigos; e querer tirar o que é dos outros e não reconquistar o que é seu. Eu vos digo, da parte de Jesus Crucificado, que não demoreis mais a fazer esta paz. Fazei a paz e fazei toda a guerra contra os infiéis”.
“exílio de Avignon” Mais sucesso teve ela com relação ao fim do em Avignon, diante dos cardeais, a intrépida Catarina ousou proclamar os vícios da corte pontifícia e pedir, em nome de Cristo Jesus, a reforma dos abusos. Gregório XI a chamava para dar sua opinião em pleno Consistório dos Cardeais. Ela o convenceu a voltar a Roma. Em 17 de janeiro de 1377, Gregório XI deixa Avignon, apesar da oposição do Rei francês e de quase todo o Sacro Colégio. Ele ainda hesita no caminho, e ela o conjura a ir até o fim.
Para ocupar o trono de São Pedro, os cardeais elegem o Arcebispo de Bari, o qual toma o nome de Urbano VI. Conhecendo já Catarina, e vendo nela o espírito de Deus, o novo Pontífice a chama a Roma para estar a seu lado. E era muito necessário, pois alguns cardeais franceses, desgostosos da rigidez do novo Papa, voltam para Avignon, anulam a eleição de Urbano e elegem o antipapa Clemente VII. Inicia-se assim o chamadoCatarina entrou em ação procurando ganhar, para o verdadeiro Papa, reis e governantes da Europa, por meio de cartas cheias de amor à Igreja e animadas do enérgico sentimento do dever. Tentou inutilmente trazer de volta ao verdadeiro redil os três cardeais, que eram autores principais do cisma. A cardeais, bispos e prelados, Catarina escreveu 150 cartas; e a reis, príncipes e governantes, 39.
Santa Catarina faleceu no dia 29 de abril, aos 33 anos. É Padroeira da Itália. Sua festa comemora-se no dia 29 de abril.